Taxifolina e Lucidina como Potenciais Inibidores da Proteína E6: Restabelecimento da Função de p53 e Indução de Apoptose em Células do Cancro do Colo do Útero
O cancro do colo do útero (CCU) é considerado a 4ª causa mais comum de morte em mulheres em todo o mundo, com mais de 99% dos casos relacionados com infeção pelo papiloma vírus humano (HPV).
O desenvolvimento desta patologia está relacionado com a expressão das proteínas E6 e E7 do HPV, uma vez que estas têm a capacidade de interferir com os mecanismos de regulação celular potenciados por proteínas supressoras de tumor, como as proteínas p53 e pRB.
Os tratamentos atuais como a cirurgia, radioterapia ou quimioterapia afetam tecidos normais e apresentam diversos efeitos secundários o que pode causar desconforto e redução na qualidade de vida dos pacientes.
O papel relevante da proteína E6 na progressão da infeção para aparecimento de cancro tem despertado o interesse dos cientistas como alvo terapêutico com a finalidade de desenvolver agentes anticancerígenos mais específicos. Assim, este projeto de investigação liderado por Ângela Sousa juntou investigadores do CICS-UBI (Covilhã), UCIBIO (Lisboa), CNC (Coimbra), UNESP (Brasil) e AIMMSCR (India) para aplicar diferentes estudos computacionais e selecionar compostos com potencial de inibirem a proteína E6.
A ação dos 3 compostos alizarina, taxifolina - mais conhecida por diidriquercetina e lucidina, sugeridos pelos estudos in silico (computacionais) foi avaliada em estudos in vitro com células HPV positivas (Caski, HeLa) e HPV negativas (C33A, NHEK). Os estudos in vitro demonstraram que a taxifolina e lucidina, reduzem a viabilidade celular, aumentam os níveis de proteína p53, e induzem a apoptose em células HPV positivas, sem afetar as células saudáveis.
Assim, este trabalho permitiu a descoberta de 2 compostos capazes de inibirem a função da proteína E6, restaurando os níveis de proteína p53 e induzindo a morte das células cancerígenas.
Poderá consultar o texto original publicado em ASPIC – Associação Portuguesa de Investigação em Cancro e em Molecular Diversity Preservation International (MDPI)
Autores e afiliações:
Diana Gomes 1,2,3, Shivani Yaduvanshi4, Samuel Silvestre 1,5,6,7, Ana Paula Duarte 1,5,7, Adriana O. Santos1, Christiane P. Soares 8, Veerendra Kumar4, Luís Passarinha 1,2,3,5 and Ângela Sousa 1
1 CICS-UBI–Health Sciences Research Centre, University of Beira Interior, Avenida Infante D. Henrique, 6200-506 Covilhã, Portugal;
2 Associate Laboratory i4HB - Institute for Health and Bioeconomy, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade NOVA, 2819-516 Caparica, Portugal;
3 UCIBIO–Applied Molecular Biosciences Unit, Departamento de Química/Departamento Ciências da Vida, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade NOVA de Lisboa, 2829-516 Caparica, Portugal;
4 Amity Institute of Molecular Medicine and Stem Cell Research (AIMMSCR), Amity University, 201303 Noida Uttar Pradesh, India;
5 Laboratório de Fármaco-Toxicologia-UBIMedical, Universidade da Beira Interior, 6200-284 Covilhã, Portugal;
6 CNC-Center for Neuroscience and Cell Biology, University of Coimbra, Coimbra 3004-504, Portugal;
7 C4–Cloud Computing Competence Centre, UBIMedical, University of Beira Interior, Estrada Municipal 506, 6200-284 Covilhã, Portugal;
8 Department of Clinical Analysis, School of Pharmaceutical Sciences, São Paulo State University (UNESP), Campus Ville, Araraquara, 14800-903 São Paulo, Brazil;
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