Doença crónica progressiva vai alterando o seu grau histológico á medida que avança.
Há dois picos na distribuição etária do cancro.Um em cada quatro dos cancros ocorre no primeiro pico,no grupo etário dos 40 aos 49 anos e cerca de três em quatro dos cancros ocorrem no 2º pico dos 65 aos 75 anos.
Estudam-se os factores essenciais de C.M de forma a que as mulheres possam avaliar o risco de contrair a doença e sugerem-se medidas que poderão ser tomadas para reduzir esse risco.
Tem o médico Radiologista um papel fundamental no acompanhamento das mulheres acima dos 50 anos.
A importância da mamografia
A mamografia e especialmente a mamografia digital directa com tomossintese ainda é hoje a técnica gold standard no diagnóstico precoce do C.M. nas mulheres com mais de 50 anos.
A mamografia é o reflexo da anatomia mamária e ocasionalmente a alteração de um processo patológico.Resulta da conjugação de três componentes estruturais de cuja análise é possível definir vários padrões mamários.
Compete ao Radiologista definir qual o padrão mamário ,caracterizar a existência ou não de patologia benigna e excluir lesão maligna infra-clínica.
Estes padrões permitem uma avaliação de risco.
Sabe-se que os padrões 2 e 3 decrescem com a idade .O padrão 1 é ode menor risco e o mais frequente depois dos 50 anos e aumenta com a idade á custa dos padrões 2 e 3
Mais de 80% das mulheres menopausicas têm padrões 1,2,3.
O padrão 4 está presente em apenas 10 a 20% das mulheres acima dos 50 anos. Este não revela alteração com a idade.
O risco do cancro aumenta com a idade em qualquer dos padrões.Há uma decalage de 10 anos entre os padrões 1,2 e 3. e o padrão 4.
Os padrões 1, 2, e 3 têm uma frequência de cancro 50% inferior ao padrão 4.
Estes dados são fundamentais quando pretendemos avaliar a frequência dos exames mamários a realizar.
MAMOGRAFIA DE RASTREIO e MAMOGRAFIA DE DIAGNÓSTICO
A mamografia tem sido utilizada no diagnóstico precoce do cancro da mama , integrada em programas organizados de Rastreio (MAMOGRAFIA DE RASTREIO ) ou como meio de diagnóstico associada á observação clínica e ecografia ( MAMOGRAFIA DE DIAGNÓSTICO ) .
Metodologias diferentes que condicionam resultados díspares.
Conhecidas que são as diferenças entre os dois métodos há que mostrar quais as vantagens da mamografia diagnóstica em relação à mamografia de rastreio:
1º- A observação clínica, a ecografia e a mamografia serem realizadas no mesmo dia por médico radiologista experimentado.
2º- Possibilidade de realizar no mesmo dia outros estudos complementares quando necessários incluindo a biópsia ou a própria RMM. Maior comodidade para o doente, evitando-se as reconvocatórias ( 10% dos exames realizados em rastreio , com apenas 3 por mil positivos )acabando com as deslocações dos doentes e tempos de espera por vezes angustiantes.
3º- Utilização de equipamentos melhores de ponta em instalações próprias.
4º- Os exames são personalizados e com a frequência de acordo com o seu padrão e avaliação de risco. Diminuição do número de exames.
5º- O tamanho do tumor diagnosticado é menor do que aquele diagnosticado no rastreio
6º- Menor número de falsos negativos do que no rastreio, pela melhoria dos equipamentos utilizados em todos os exames.
7º- Menor número de falsos positivos . O rastreio ocasiona o aumento de sobrediagnóstico
8º- Permitir a criação e desenvolvimento de Unidades de Excelência em colaboração direta com os centros de saúde
9º- Menor custo dos exames
10º-Aproveitamento dos médicos do SNS
Recentes avaliações de alguns grandes rastreios mundiais como (Canadian National Breast Screening Study- 25 Year Follow-up ) chegaram à conclusão de que estes não reduziram a taxa de mortalidade (tamanho médio da lesão 1,9cm )
provocam o aumento de sobrediagnósticos e são caros. Propõe-se mamografias de dois em dois anos depois dos 50 anos
Temos defendido que é possível obter o DIAGNÓSTICO PRECOCE (lesões inferiores a 8 mm ) desde que os exames sejam realizados em unidades de excelência com profissionais dedicados e dispondo de toda a tecnologia , calendarizando os exames de acordo com o padrão mamário, a idade da doente e a sua avaliação de risco , em colaboração com o médico da doente.
Assim poderemos contribuir para uma terapêutica mais eficaz ,menos agressiva , menor morbilidade melhor prognóstico , com acentuada redução da mortalidade e uma redução dos custos.